Fui intimado para depor na delegacia: o que fazer e quando procurar um advogado criminalista
Edson Joaquim de Almeida Filho
5/16/20252 min read


Receber uma intimação para comparecer à delegacia é algo que assusta, especialmente quando você não sabe ao certo por que está sendo chamado. Pode ser como testemunha, investigado ou até mesmo como parte de um inquérito que desconhece completamente. Nessas horas, a dúvida mais comum é: preciso de um advogado?
Neste artigo, explico o que significa ser intimado, quais são os seus direitos e por que é fundamental ter acompanhamento jurídico desde o início de qualquer investigação criminal.
O que significa ser intimado?
A intimação é um ato formal da autoridade policial, que convoca alguém a prestar esclarecimentos sobre um fato sob apuração. Ela pode ocorrer por escrito, por telefone ou até presencialmente. E mais importante: você não é obrigado a comparecer sozinho.
Mesmo que você acredite que “não deve nada” ou que está apenas “indo ajudar com informações”, há riscos em prestar declarações sem orientação técnica.
Testemunha ou investigado?
Nem sempre fica claro na intimação se você está sendo chamado como testemunha ou como investigado. E é aí que mora o perigo: muitas pessoas comparecem à delegacia acreditando que serão ouvidas apenas como testemunhas, mas descobrem, no momento do depoimento, que são suspeitas.
Além disso, mesmo testemunhas podem ser pressionadas, expostas a constrangimentos ou levadas a assinar termos sem a devida explicação.
Por que procurar um advogado criminalista?
O advogado atua para proteger seus direitos desde o primeiro contato com a investigação. Com ele, você:
Entende previamente do que se trata o inquérito;
Garante que seu depoimento seja colhido de forma legal e respeitosa;
Evita autoincriminação;
Recebe orientação sobre o que falar e o que não precisa falar;
Pode se resguardar do dever de silêncio quando for do seu interesse.
Além disso, o advogado pode requerer acesso ao inquérito policial, verificar documentos, interceder por diligências e acompanhar todos os atos da investigação.
Caso real: depoimento que virou denúncia
Um caso recente exemplifica bem essa situação. Uma cliente, Y, recebeu uma intimação para prestar esclarecimentos sobre um suposto golpe bancário. Como acreditava estar apenas ajudando a esclarecer os fatos, foi à delegacia sozinha.
Durante o depoimento, sem perceber, forneceu informações que a colocaram como investigada do caso. Dias depois, descobriu que havia sido indiciada.
Fomos procurado já na fase final da investigação, o que limitou bastante nossa atuação. Se tivéssemos acompanhado desde o início, poderíamos ter evitado essa exposição e trabalhado de forma estratégica para esclarecer a situação antes do indiciamento.
Não espere ser acusado para procurar ajuda
A atuação preventiva é uma das funções mais importantes da advocacia criminal. Estar acompanhado de um profissional desde a fase da investigação pode evitar consequências graves, como um processo injusto, constrangimentos públicos ou até prisão preventiva.