Prisão Preventiva: você sabe quais são seus direitos?

Edson Joaquim de Almeida Filho

5/27/20252 min read

No universo da advocacia criminal, poucas situações geram tanta angústia quanto a decretação de uma prisão preventiva. Para quem é surpreendido por uma ordem de prisão — ou para familiares que veem um ente querido ser levado — surgem dúvidas imediatas: "Isso é legal? Existe prazo para sair? O que posso fazer agora?"

Neste post do Reflexão Criminais, queremos provocar justamente essas perguntas. Afinal, a prisão preventiva é uma das maiores dores do cliente criminal: o medo da perda da liberdade antes mesmo de uma condenação definitiva.

O que é prisão preventiva e por que ela é decretada?

A prisão preventiva é uma medida cautelar, ou seja, não é uma punição, mas sim uma forma de garantir que o processo criminal siga seu curso sem interferências. Ela pode ser decretada quando há indícios de autoria e materialidade do crime, e o juiz entende que a liberdade do acusado pode colocar em risco a ordem pública, a instrução do processo ou a aplicação da lei penal.

Mas será que todos os requisitos estão realmente presentes no seu caso? Será que a decisão judicial foi devidamente fundamentada?

Quais são os direitos de quem está preso preventivamente?

  • Direito à audiência de custódia: toda pessoa presa deve ser apresentada a um juiz em até 24 horas para que seja avaliada a legalidade e a necessidade da prisão.

  • Direito de defesa: o acusado deve ser assistido por um advogado de sua confiança, que pode impetrar habeas corpus ou pedir a revogação da prisão.

  • Direito ao contraditório: a defesa pode apresentar argumentos e provas para demonstrar que não há motivos para a manutenção da prisão.

Você sabia que, em muitos casos, a prisão preventiva pode ser substituída por medidas cautelares alternativas, como o uso de tornozeleira eletrônica, comparecimento periódico em juízo ou proibição de contato com determinadas pessoas?

Por quanto tempo alguém pode ficar preso preventivamente?

A lei não estabelece um prazo máximo fixo para a prisão preventiva, mas o Supremo Tribunal Federal já reconheceu que a manutenção prolongada dessa medida, sem julgamento, pode ser considerada ilegal. Processos complexos, com muitos réus ou testemunhas, tendem a se arrastar, mas a defesa pode — e deve — questionar eventuais excessos de prazo.

E se a prisão for ilegal?

Ninguém pode ser privado de sua liberdade sem que estejam presentes os requisitos legais. Prisões baseadas apenas em suposições, sem provas concretas, ou decretadas sem fundamentação adequada, podem ser revertidas judicialmente. O habeas corpus é o principal instrumento para combater abusos e garantir o direito de ir e vir.

Por que ter um advogado criminalista especialista faz diferença?

A atuação de um advogado especializado em Direito Criminal é fundamental para analisar a legalidade da prisão, identificar falhas no processo e buscar a melhor estratégia para garantir a liberdade do cliente. Só quem conhece a fundo a legislação e a jurisprudência pode agir rapidamente para reverter situações injustas.

Você ou alguém próximo está enfrentando uma prisão preventiva?

Não se conforme com a dúvida. Busque orientação especializada e questione: a prisão é mesmo necessária? Quais alternativas existem? O que pode ser feito agora?

Este conteúdo não substitui uma consulta jurídica individualizada. Em caso de dúvidas, procure sempre um advogado criminalista de sua confiança.